quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

A infinita beleza do Rio visto do alto






Estas linda imagens do Cristo Redentor “flutuando” sobre as nuvens foram capturada em 30/11/211 pelo fotógrafo amador Marcos Estrella, Supervisor de Operações de uma estação transmissora de TV no alto do Sumaré.



Mandei as fotos para meu amigo Carlos Machado, médico cardiologista e artista plástico hiper-realista, que mora em Austin-Texas. Ele retornou com estes dois relatos maravilhosos. Com a palavra, Carlos:

"Me arrepiei, Álvaro! Lembrei de coisas que já vi no Parque Nacional da Floresta da Tijuca, lindas como essa!

Primeira: Numa noite fria e estrelada de junho, olhando do Pico do Papagaio para a direção da baixada de Jacarepaguá completamente coberta por nuvens, ouvíamos (eu e dois amigos) os estampidos de fogos de artifícios. Pouco abaixo de nós, bem próximo à rocha do pico, vimos algo como uma imensa medusa fluorescente emergindo das nuvens, circundada de lampejos multicoloridos num efeito digno de “um” Jornada nas Estrelas! A medusa gigante, com seu bojo enorme, era um imenso balão, e os lampejos coloridos que se espalhavam por dentro das nuvens como raios globulares e fogos-de-Satelmo, eram, obviamente, os fogos-de-artifício soltados por ele! Perigosamente lindo!

Segunda: Num início de uma tarde maravilhosa, eu e um amigo chegamos ao topo da Pedra da Gávea, enquanto uma tempestade se organizava em volta daquele pico. Com medo de terem de pernoitar na Pedra, os excursionistas que estavam lá, desceram correndo. Como escalamos para passarmos a noite na caverna da “orelha”, eu e meu amigo Ronan pudemos presenciar uma impressionante tempestade de verão que ocorreu no fim daquela tarde. Passados a chuvarada, os raios, e as nuvens que cobriram o pico, e com o cheiro delicioso da mata molhada, voltamos para o topo da pedra para apreciarmos a vista. A lua cheia nascia, e ao longe, em alto mar, as nuvens formavam uma muralha laranja incandescente, que lembrava as formações rochosas de Sedona. O sol se pondo, coloriu intensamente as nuvens acima de nós, que restaram da tempestade, como se fosse a aurora boreal nos trópicos. E para fechar com chave de ouro aquela noite, um transatlântico (Queen Elizabeth?) partia da Baía de Guanabara com o(s) convés(es), mastros e escotilhas todos iluminados. A gigantesca gambiarra flutuante levou quase toda a noite para, pouco antes do amanhecer, fundir-se com o arco do horizonte, assistida pela enorme lua!

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

O Bamboo e a tartaruga

 A natureza sempre tem o que nos ensinar sobre o tempo.


É bem conhecida a flexibilidade do bamboo, que sabe se vergar com o vento e por isso não quebra, mesmo durante as tempestades mais severas. Mas ele tem outras facetas interessantes. Alguns tipos de bamboo podem, por exemplo, crescer até 5 centímetros em apenas uma hora. Este crescimento acelerado não impede que o bamboo tenha uma extraordinária força como material. Tem um limite de resistência à tração maior do que alguns tipos de aço. Em 1945 foi a forma de vida mais próxima do ponto zero da bomba de Hiroshima que sobreviveu à explosão: foi a primeira a reviver na terra arrasada. Mostrando que, mesmo quando parece não existir esperança, nem vida, algo pode surgir com uma grande força.


 E as tartarugas? Movem-se com lentidão, e podem passar sem comida e água por longos períodos. Estão entre os campeões de longevidade. Tui Malila, uma tartaruga natural de Madagasgar, viveu por mais 188 anos. Há fotos suas com a Rainha Elisabeth e o Principe Philip. Lembrando Confúcio : não importa o quão devagar você vá, desde que você não pare e siga sempre em frente.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O tempo que a beleza nos toma

Não tem jeito. Nesse mundinho apressado, estressado e poluído, a gente não pode deixar de se cuidar. Com um agravante: ninguém quer parecer que está envelhecendo. Por dentro e por fora. O problema é que cuidar da nossa saúde e da nossa aparência exige atenção e, principalmente, tempo.


Investimos em tênis, uniformes, academias, exercícios, estúdios de pilates e de ioga, apostando na silhueta e no bem estar. E quem não está matriculado, está por fazê-lo “amanhã”, meio “em culpa”. Quantas horas por semana, mesmo? No caso das mulheres – e do crescente contingente de metrosexuais - o tempo para esses cuidados se amplia. Há desde os salões de cabeleireiros, dermatologistas e centros de estética até o dia-a- dia no chuveiro e nos intermináveis “retoques” em frente ao espelho. Quantos minutos por dia, mesmo?

A cada dia, um novo produto “milagroso” tem surgido para tentar corrigir ou mascarar as mínimas imperfeições, para valorizar os menores detalhes, para retardar os inevitáveis processos de desgastes. Mas nem tudo que “reluz é ouro” e muitas das promessas não se cumprem. E o que é pior, muitas das substâncias químicas que compõem essas fórmulas mágicas são nocivas á nossa saúde, especialmente quando se acumulam em nossos organismos.

Produtos orgânicos e naturais têm surgido como resposta a estes dilemas, se apresentando como escolhas que permitem atender aos dois lados da questão –beleza e saúde - quase sempre tomando partido da riqueza da biodiversidade do Brasil. Parece fazer sentido adotá-los, simplificando nossas decisões e deixando de desperdiçar tempo com as eventuais conseqüências de escolhas erradas.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Consumir consome tempo. Já pensou nisso?


Nem sempre nos damos conta disso, mas consumir pode representar uma parcela relevante do nosso já minguado tempo.

Há o tempo para ir e vir à loja, shopping ou supermercado (se não for compra on line); os tempos de escolha (que podem ser longos, se o item a comprar for caro ou complexo); os tempos nas filas para pagar; o tempo para reclamar (nem sempre as coisas saem como a gente espera); o tempo para aprender a usar (se houver nova tecnologia, como um novo smartphone, pode levá-lo(a) á “loucura); o tempo para manutenção e limpeza; o tempo para o descarte, quando não queremos mais “a coisa” (alguns objetos têm o descarte correto difícil, às vezes até problemático; mesmo uma doação acaba levando tempo).

Isto sem falar que muitos objetos que fizemos entrar em nossas vidas acabam esquecidos: livros que não foram lidos até o fim, CDs ouvidos apenas um par de vezes, fotos e gravações em vídeo que jamais foram repassadas, eletrodomésticos que passaram a não fazer sentido quando chegaram em casa; roupas e sapatos comprados na liquidação porque estavam “muito baratos” que ficaram esquecidos em algum canto do armário. Ou seja, gastamos “horas” para literalmente nada.

Fonte da foto: http://sacoladamoda.blogspot.com/2011/04/dicas-sites-para-comprar-pela-internet.html

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Corrupção rouba também...nosso tempo!

A corrupção assumiu um caráter endêmico, cultural, insidioso e corrosivo. Está infiltrada em muitos segmentos da sociedade, especialmente na interface com o poder público, embora esteja também presente em muitos ambientes estritamente empresariais. Tem horas que dá desânimo combatê-la. Mas a gente não pode esmorecer, mesmo sabendo que a luta ficou difícil, muito difícil. Vou trazer aqui um argumento a mais para reagirmos.

A gente fica sempre se perguntando como estaria a riqueza do país se todo o dinheiro da corrupção, das propinas, dos superfaturamentos, fosse usado como bem público.

Mas há um outro tipo de recurso de que nem sempre nos lembramos e que vai para o ralo diariamente: o tempo. O tempo das pessoas envolvidas nos processos gerados para dar uma “fachada” de seriedade a negócios escusos.

Vou dar um exemplo. Muitas vezes a corrupção opera com as cartas marcadas “abertamente”. Ou seja, a empresa – ou pessoa - favorecida está claramente identificada e processos licitatórios, neste caso, são apenas rituais em que todos os envolvidos encenam um simulacro de procedimento, um teatrinho para “cumprir tabela”. Mesmo assim, muita gente é envolvida nesta farsa. As propostas técnicas e comerciais que são desenvolvidas são fadadas à figuração, desde sua origem, mas envolvem equipes quase sempre competentes, usando horas e horas de seu tempo - e de sua qualificação e experiência - para que tudo aquilo vá para o lixo. Quanto mais complexo o projeto (e mais recursos sendo “disputados” como nas grandes obras, serviços de comunicação, grandes fornecimentos, etc), mais horas no lixo. Um desperdício de dar dó.

Outra situação igualmente grave: o processo não tem um dono, à priori (ou a tal "governabilidade" ainda não o loteou). Há de fato uma disputa, nos bastidores, mas entre políticos – e partidos - das mais diferentes laias e matizes, para ver quem tem maior poder de barganha junto às “instancias superiores”, de modo que seu “protegido” consiga vencer. Ou seja, nada do que está sendo gerado com afinco, nas propostas e projetos, terá a menor relevância. Com um agravante: a qualidade do que é apresentado pelas partes conferirá uma certa aura de respeitabilidade aos malfeitos de “loteamento” ou de disputa de forças políticas (e eventualmente aumentará a tarifa dos “flanelinhas” que virão cobrar a sua parte - em espécie).

Já imaginou se, a exemplo do dinheiro desviado, todas essas horas fossem de fato produtivas, gerassem riqueza, agregassem algum valor ao PIB ou ao FIB (Felicidade Interna Bruta)?

Portanto, não se omita, denuncie, grite, aponte, vaie, poste nas redes, replique, ensine: e não seja conivente.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Ser ou não ser pontual? Eis a questão.


Nós, brasileiros, temos fama de não sermos pontuais. Que isto é uma questão cultural, e coisa e tal.

Também pudera. Crescemos vendo as festas nas nossas casas nunca começando na hora (e também sem hora de acabar, diga-se de passagem); desde cedo, nos acostumamos a esperar horas seguidas numa sala de espera desconfortável, para sermos atendidos pelo médico sempre atrasado (apesar da consulta marcada); nos conformamos com falta de pontualidade dos vôos, dos trens e dos ônibus. Não estranhamos que nossos pais e seus amigos nunca chegassem na hora que combinaram para se encontrar: alguém sempre tinha de esperar pelo outro. E nem reparamos quando a novela das oito passa a começar às oito e meia, às nove, ou quando for conveniente para a Rede Globo (todo mundo vai ver assim mesmo...).

Muitos de nós achamos este um traço meio folclórico, mas positivo, da nossa gente. Aí, de repente, começamos a trabalhar, e com a maior naturalidade, acreditamos que é natural se chegar na reunião uns minutinhos depois (até por que talvez ela nunca comece mesmo quando agendada); que o cliente pode esperar um pouco na linha e por aí vai.

Enquanto isso, leio que, no Japão, se um trem chega atrasado, são emitidos comprovantes para quem quiser justificar seu atraso no trabalho ou em algum outro compromisso. Lá, a tolerância com este tipo de acontecimento é pequena. A expectativa é que os serviços, as reuniões, as tarefas, as atividades sigam os horários programados.

Em vários países da Europa e mesmo nos EUA, há quem acerte seu relógio pela chegada do trem à estação ou do ônibus ao ponto.

Agora que este nosso “gigante está despertando” – finalmente- fica a dúvida sobre nosso futuro como povo que se atrasa. Será que vamos mudar, nesse mundo cada vez mais globalizado? Ou será que vamos aprender com a natureza, com seus nasceres e pores do sol exatos, com suas marés cheias e baixas nas horas previstas, e tantos outros exemplos.

E você? Como é que se vê nessa questão? Qual dos perfis abaixo é o seu?

- Sou pontual. É muito difícil me atrasar, pois procuro chegar sempre com boa folga aos compromissos.
- Acho uma perda de tempo ficar esperando pelo início de um compromisso. Me programo para chegar exatamente na hora marcada, ainda que corra o risco de pequenos atrasos.
- Não me preocupo muito com horários pois raramente as coisas começam no horário, mesmo. Prefiro deixar os outros esperando do que o contrário.
- Acho um charme chegar atrasado. Quem me conhece sabe disso e respeita. Procuro contar sempre uma história divertida para me justificar.

Fonte da Ilustração http://www.dementia.pt/a-prenda-ideal-para-um-atrasado/

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

The Present – O relógio anual

Está tudo passando tão rápido que parece impossível fazer um acompanhamento do que está acontecendo em volta da gente.

Às vezes a gente nem consegue curtir as coisas na hora, só se dá conta de como foi legal algo que aconteceu conosco, algumas semanas depois. Ou seja: muitas vezes não conseguimos perceber como a vida é boa no momento em que ela ocorre e sim algum tempo depois - às vezes, meses depois - num momento mais tranqüilo, lembrando do que ocorreu com certa nostalgia de ter deixado aquele instante passar sem curti-lo na sua plenitude.

Como é que podemos viver o momento se este muda com tanta rapidez a cada instante?

Pensando neste aspecto frustrante da aceleração das nossas vidas, o designer norte americano Scott Thriftx criou o “The present”, um relógio analógico que, em vez de 12 horas (ou uma hora ou 1 minuto) para completar o ciclo, seu único ponteiro percorre o círculo em ...1 ano. O mostrador indica a passagem das estações, indo do branco azulado do inverno ao verde da primavera ao amarelo do verão ao vermelho do outono.

O objetivo de Thriftx com seu novo produto é permitir uma maior consciência sobre o agora, deixando de lado as pressões do cotidiano, dentro de uma perspectiva de tempo de prazo mais longo.

É o uso de uma nova escala pra se olhar o tempo, já que os dias, as semanas e até os meses passam tão rápido.

Thriftx diz que The Present é inspirado por – e um perfeito presente para músicos, escritores, pensadores, amantes, grávidas, gente de bem com vida, artistas, filósofos, construtores, estrategistas, professores, visionários, lideres que pensam a longo prazo, hemisférios cerebrais direitos - e esquerdos que queiram mudar- ou qualquer pessoa que simplesmente queira ser o dono do seu “hoje”.

Para saber mais detalhes do projeto (e como adquirir o The Present) clique aqui.



quarta-feira, 19 de outubro de 2011

E agora? Onde vou enfiar o que comprei?


Uma das lojas que mais gosto de visitar quando viajo aos EUA é a The Container Store (http://www.containerstore.com). É fascinante a diversidade e a criatividade de produtos para se organizar tudo dentro de uma casa: do banheiro à garagem, da cozinha ao quarto, do home office à área de serviço. Sempre me surpreendo com as novidades sobre como podemos melhor estocar e organizar as coisas que vamos acumulando ao longo do tempo.

Não é para menos. Não paramos de consumir, seduzidos pelas novidades: livros, calçados, utensílios de cozinha, roupas, tecnologias digitais, material esportivo, acessórios de moda... A lista é infinita. De vez em quando nos assustamos com as horas que estamos gastando para tentar manter a casa (ou escritório) arrumado, em meio a coisas que se avolumam fora de lugar. Há de fato uma relação muito íntima entre desorganização - pessoal e dos espaços à nossa volta - e a improdutividade.

Aí, saímos atrás de soluções. Pode ser a simples compra de um armário extra, ou umas caixas para acomodar melhor itens que estejam “sobrando; pode ser uma decisão mais radical, contratado uma das tantas lojas especializadas em cozinhas, banheiros e armários planejados; ou, se você é de fato uma pessoa MUITO ocupada (ou MUITO desorganizada) pode ser a contratação de um(a) personal organizer para lhe assessorar.

A exemplo da Container Store, são novas oportunidades de negócios para ajudar a conciliar duas questões conflitantes e paradoxais: os espaços cada vez mais exíguos das moradias nos grandes centros urbanos e nosso apetite por consumir, por comprar sem parar, indiferentes aos impactos que essas compras podem estar trazendo para a sociedade . Quem sabe vale a pena pensar na pergunta que dá título a este texto, toda vez que alguma tentação de compras “duvidosas” nos assalte.

Dois exemplos interessantes da Container Store: Sapatos http://www.containerstore.com/shop/dorm/closet/shoeStorage Lixo e reciclagem: http://www.containerstore.com/shop/trashRecycling

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Sinal de Paulinho da Viola continua fechado



Acho que pouca gente vai lembrar disso. Paulinho da Viola ganhou o Festival da Record de 1969 (42 anos atrás!!) não com um de seus sambas antológicos, mas com esta canção. Que, por sinal, poderia ter sido composta hoje. Não mudou nada. Ou melhor, mudou: pra pior.

SINAL FECHADO
Olá, como vai?
Eu vou indo, e você, tudo bem?
Tudo bem, eu vou indo, correndo
Pegar meu lugar no futuro , e você?
Tudo bem, eu vou indo, em busca
De um sono tranquilo, quem sabe?
Quanto tempo pois é, quanto tempo
Me perdoe a pressa
É a alma dos nosso negócios
Qual, não tem de quê, eu também só ando a cem
Quando é que você telefona?
Precisamos nos ver por aí
Pra semana,prometo, talvez nos vejamos
Quem sabe?
Quanto tempo, pois é quanto tempo
Tanta coisa que eu tinha a dizer
Mas eu sumi na poeira das ruas
Eu também tenho algo a dizer
Mas me foge a lembrança
Por favor, telefone
Eu preciso beber alguma coisa rapidamente
Pra semana O sinal
Eu procuro você
Vai abrir, vai abrir!
Prometo, não esqueço
Por favor, não esqueça
Não esqueça, não esqueça , não esqueça

Aqui você pode ver ou rever três momentos, todos emocionantes:

Paulinho cantando a música, já vitorioso, no Festival em 1969. Clique aqui. 

A versão de Elis Regina, em 1978. Clique aqui. 

E Paulinho de 2009, no Acústico MTV. Clique aqui.




quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Ecologia do tempo?


Todo mundo está aí falando de meio ambiente, de recursos naturais não-renováveis e dessas outras pequenas e grandes questões que tem inquietado a humanidade ultimamente. Mas praticamente ninguém faz menção ao único recurso não renovável, não reciclável e não estocável do planeta. Um recurso que vem se tornando escasso para a grande maioria das pessoas, nesse mundo acelerado e em permanente transformação. Servan-Schreiber* foi um dos poucos que vi tratando disso: “Esse grito de alerta em favor da natureza, lançado pelos ecologistas (cuja batalha, aliás, ainda está longe da vitória), deveria repercutir em cada um de nós, no que diz respeito ao nosso próprio tempo.”

Mas não. A vida moderna continua sua marcha irrefletida e torna o tempo um recurso cada vez mais crítico, medido em frações de segundo. Quase todos têm procurado acelerar suas vidas, como se isso fosse possível de ser feito indefinidamente.

Não faltam razões para que o tempo mereça, também, os mesmo cuidados que temos com tantos outros recursos naturais ameaçados. O respeito por um bem escasso como o nosso tempo - e a nossa vida - e cuidado com o tempo e a vida dos outros são atitudes de essência muito semelhante ao respeito que devemos à natureza.

Este respeito começa pelo respeito ao nosso próprio tempo, é claro. Mas passa também pelas “infinita” rede de interações com outras pessoas, em que somos ora vítimas, ora vilões de atitudes desrespeitosas e anti-ecológicas com relação ao tempo.

Salve o Planeta e viva (bem) o seu tempo!

* Jean-Louis Sevan-Schreiber em "A Arte do Tempo"

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Iroko, o Orixá do Tempo

Iroko ou Tempo, como também é conhecido, é um Orixá muito antigo. Iroko foi à primeira árvore plantada e pela qual todos os restantes Orixás desceram à Terra. Representa, assim, a ancestralidade, os nossos antepassados, pais, avós, bisavós, etc., representa também o seio da natureza, a morada dos Orixás.

Iroko vive na mais suntuosa árvore que há numa roça de candomblé e também nas matas. Desrespeitar Iroko, a grande árvore, é desrespeitar sua dinastia, seus avós, seu sangue...

Iroko é a própria representação da dimensão Tempo. Toda a criação está nos seus desígnios. E é ele que acompanha, e cobra, o cumprimento do Karma de cada um de nós, determinando o início e o fim de tudo.
Corresponde a entidades cultuadas em diversas civilizações. Enki, o Leão Alado na Mesopotâmia e Babilónia; Anúbis, o deus Chacal, no Egipto; Teotihacan entre os Incas e Viracocha entre os Maias; também presente no Panteão Grego e Romano, onde era conhecido e respeitado como Cronus, o Senhor do Tempo e do Espaço, que abriga e conduz a todos inexoravelmente ao caminho da Eternidade. Fontes/referências: http://www.orixas.com.br e http://ocandomble.files.wordpress.com
Fonte da ilustração: http://ryanagabecholiveira.blogspot.com/2010/05/iroko.html

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Quando você precisa de ajuda, prefere pedir a pessoas bastante ocupadas?

Nunca tinha acontecido antes, comigo. Ao menos não me lembro. De modo que acho tudo muito estranho e estou com dificuldades de lidar com o assunto. Há algumas semanas, tendo contatar sem sucesso um parceiro de negócios para esclarecer uma questão muito relevante e de grande interesse para minhas tarefas e meus resultados. Com se trata de uma pessoa em posição elevada, na organização parceira, todos os seus subordinados que estão envolvidos no projeto apontam para a necessidade de uma consulta direta a ela. Sei que ela é ocupadíssima, mesmo. Até por conta de sucessivas reorganizações que têm ocorrido na sua empresa, em que seu papel se tornou ainda mais crítico e mais essencial.

Mas são semanas, quase dois meses, em que não obtenho resposta de e-mails e os recados telefônicos não são respondidos, que agora já estão entrando até no terreno da descortesia, da falta de respeito no trato de um assunto importante.

Aí, esses dias, pela “milésima” vez, ouço alguém comentar que quando tem que pedir ajuda, prefere fazê-lo a uma pessoa realmente bastante ocupada. E justifica: são as mais eficazes e realizadoras e vão acabar encontrando um jeito de ajudar. O exemplo que acabo de contar contraria totalmente esta lógica. Decidi, então, fazer esta pequena pesquisa aí ao lado, para saber a opinião dos visitantes e leitores do blog. Participe!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Você trabalha melhor sob pressão do tempo?


Tem muita gente que diz que sim. Uns, até com certa convicção, confessando que nem conseguem trabalhar de outro jeito: têm que sentir uma “cafungada forte no cangote” para conseguir fazer as coisas.

O pessoal que faz trabalho eminentemente criativo tem uma explicação para o fato de gostarem de ter prazos razoáveis para realizar certos tipos de tarefas (que implicam na combinação de conceito e execução, por exemplo), ainda que só se debrucem sobre elas nos últimos momentos. A cenógrafa Lia Renha comentou, certa vez: “A criatividade não tem um tempo cronológico, não tem um tempo definido”. Miguel Paiva, cartunista e artista muiti-midia, acrescenta: “Mesmo que você só trabalhe no último dia, é importante o intervalo para ir se familiarizando com a idéia, ir criando”. E Lia arremata: “Em dez minutos fiz o desenho. A idéia estava ruminando na minha cabeça há dias. Já estava pronta e eu nem sabia até sentar e desenhá-la.“

Mas será que isto se aplica a qualquer situação, seja profissional, seja doméstica, seja pessoal?

Eu, pessoalmente, acho que isto não faz o menor sentido. Em geral, as pessoas que gostam de trabalhar sob pressão não tem seus grandes objetivos bem definidos e acabam sendo pautadas pelos objetivos dos outros. Em muitos casos, empurram com a barriga até a situação se complicar e virar uma crise, até a temperatura subir e virar incêndio. Assim, tudo vira urgente, urgentiíssimo, e ele(a) apareça como o bombeiro chefe, salvador(a) da pátria, “o(a) cara”, o(a) que resolve esses grandes pepinos fabricados por ele(a) mesmo(a), mesmo que isso custe, em geral, muito mais tempo – e energia - para a tarefa ser feita.

Nestes casos, o que fica é o stress, a improdutividade, o desgaste; e a sensação de falta de tempo, sempre uma desculpa e, principalmente, um ótimo bordão.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

A sustentável leveza da arte de Domingos Tórtora



















Domingos Tórtora é mineiro, trabalha em Minas, mas sua obra é universal. Não apenas pela sua linguagem como designer e artista plástico mas, principalmente, por se inserir num perfeito ciclo de desenvolvimento sustentável. A matéria prima de seu trabalho é apenas uma: cartolina de embalagens usadas, ou seja, material para reciclagem. Com isso, ajuda a manter as árvores como devem estar: de pé
Em um processo certificado, o papelão a ser reciclado é dividido em pequenos pedaços e se transforma em uma polpa que serve como matéria prima básica para a fabricação de móveis, objetos e peças escultóricas. As peças são moldadas à mão, secadas ao sol e recebem uma acabamento bastante refinado. Neste processo belo e trabalhoso, que respeita o "timing" e os ritmos da natureza, o papelão que se originou da madeira, essencialmente, é trazido de volta a um ciclo completo, e assume uma qualidade de madeira, como novo.

CLIQUE AQUI para conferir este "milagre" de transformação e as belíssimas obras de design que dele resultam.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Tempo e Poesia - Vinicius de Moraes

Poética (Vinicius de Moraes)

De manhã escureço
De dia tardo

De tarde anoiteço

De noite ardo.


A oeste a morte

Contra quem vivo

Do sul cativo

O este é meu norte.


Outros que contem

Passo por passo:

Eu morro ontem


Nasço amanhã

Ando onde há espaço:

– Meu tempo é quando

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Isto ou aquilo? Chave para o tempo e a sustentabilidade.

"Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...
E vivo escolhendo o dia inteiro!

Não sei se brinco, não sei se estudo,
Se saio correndo ou fico tranquilo.

Mas não consegui entender ainda
Qual é melhor: se isto ou aquilo."


Estes versos de Cecília Meireles – escritos para crianças de qualquer idade - traduzem muito bem a nossa perplexidade, que se repete a cada instante, ao termos de fazer escolhas diante das mínimas coisas. Escolhas que vão traçando o nosso caminho e os nossos destinos, passo a passo. As escolhas entre “isto” ou “aquilo” determinam também como o nosso tempo será usado. A decisão será sempre de cada um de nós.

Mas há outras questões. Tudo o que fazemos - tudo - gera algum tipo de impacto. Impacto sobre nós mesmos, na maioria das vezes. Mas também sobre as outras pessoas ou sobre o ambiente em que vivemos. Quando vemos o balanço preocupante, muito preocupante do que está ocorrendo no planeta e na sociedade, nem sempre lembramos de que este resultado tem muito a ver com as escolhas que temos feito – e continuamos fazendo.

Sobre as escolhas passadas, só podemos lamentar. Sobre as escolhas de agora – e as do futuro – que continuarão a ser necessárias para responder à incansável indagação do “Isto ou Aquilo?”, o cenário é completamente diferente. Nós tempos, sim, como antecipar a natureza e a intensidade dos impactos que iremos causar com as pequenas - e grandes – decisões, sobre nosso tempo, sobre os outros e sobre o Planeta. Optar por “Isto” ou por “aquilo” pode então ficar mais simples, mais prazeroso e mais proveitoso para todos nós.

sábado, 16 de julho de 2011

Filho ajuda ou atrapalha na administração do tempo?


Uma leitora amiga do blog fez, esta semana, o seguinte comentário:

"Sempre reclamamos da falta de tempo... mas quando temos filhos descobrimos que o que tínhamos antes era tempo livre mal administrado".

Ela levanta uma questão de fato muito interessante. Ninguém tem dúvida das radicais mudanças que ocorrem com a chegada de um filho, especialmente o primeiro. As prioridades convergem para o recém chegado(a) e o tempo da família passa a ser regulado por isso, durante um bom período.

Mas qual é o aprendizado que fica, sob a perspectiva da gestão do tempo, a partir daí?

É admirável a capacidade das mães – e, agora, crescentemente dos pais – de lidar com as novas variáveis que surgem com a ampliação da família, sem deixar o trabalho (e/ou outras atividades) de lado, principalmente nos primeiros anos. Seu esforço não é pequeno, por exemplo, ao telefone (e aos celulares), nas mínimas brechas de outras atividades, “tele-pilotando” babás, creches ou avós, dando orientação, pacificando crises e curtindo as boas notícias ao longo do dia.

Será que isso é apenas uma maneira resignada de aceitar que não tem mesmo tempo para muita coisa “sua” além dos filhos e do trabalho? (afinal, os anjinhos valem a pena, mesmo).
Ou será que, como sugere a leitora, a chegada dos filhos nos obriga – e nos ensina - a administrar o nosso tempo com muito mais sabedoria e técnica?

Este é o tema de “Tempo Orgânico Pesquisa” desta semana, publicada no canto superior direito deste blog.

Participe!!!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Tem um minuto aí?


Esta é uma pergunta perigosíssima. Se você der mole, este minutinho pode sair caro: 15 minutos, 30 minutos, às vezes até mais tempo. Você corre o risco de ter que usar a ampulheta no lugar do relógio.

Não é o caso aqui!!! Estou pedindo um "minutinho" do seu tempo para dar uma olhada nesta mensagem de boas vindas. São exatos 65 segundos, em que aproveito para dar uma breve explicação sobre o blog.

Uma dica: se a pergunta “Tem um minuto” chega junto com um invasor da sua sala ou espaço de trabalho, fique de pé para avaliar do que se trata. É a posição ideal para dizer “Não” ou para resistir e negociar com o “invasor”, se de fato o assunto lhe interessa, mas não puder ser tratado naquele momento.


terça-feira, 5 de julho de 2011

PowerPoint causaria prejuízo anual de 350 bilhões de euros



Quem afirma isso é o pessoal do partido político suíço Anti PowerPoint Party (APT). Estariam computados na estimativa os salários, em todo o mundo, dos funcionários que preparam ou são "obrigados" a assistir a apresentações improdutivas feitas com PPT ou assemelhados em todo o mundo. Uma tremenda perda de tempo!
Não sei se o número está certo ou não. Mas que o problema existe, não tenho dúvida. Isso sem falar dos PPTs "filosóficos" que assolam as caixas de entrada de todos nós, com temas que se repetem sem parar.
O que o APP propõe é maior uso da criatividade, maior simplicidade e mais objetividade na maneira de se apresentar assuntos em reuniões. Uma maneira mais orgânica e menos mecânica de se apresentar.

Mais detalhes no jornal "O Globo" de hoje, página 23.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Linha de passe: Interdependência e diversidade à beira mar

Sabe aquela espécie de futevôlei que se joga numa roda de amigos ou conhecidos, onde só não vale pegar a bola com a mão, nem deixá-la cair no chão? É a chamada linha de passe, que não deve ser nada fácil jogar. Mas, uma vez vencida esta barreira, é um tipo de atividade que valoriza a cooperação – no lugar da competição e reconhece a interdependência.

Dia desses, testemunhei uma situação exemplar, na beira da praia do Leblon. Cinco rapazes, típicos da zona sul, batiam sua bola quando chegam duas conhecidas. Beijinho pra lá, beijinho prá cá e... elas entram também na roda. E de igual para igual, em habilidade. A roda ficou ainda mais animada.

De repente, alguém erra e a bola escapa. E vai exatamente na direção de um até então pacato observador, sentado na areia, poucos metros adiante: meia idade, meio barrigudo, bermudão largo de tecido desgastado, deselegante, jeitão humilde, enfim, de outra “tribo”. Ele se levanta rapidamente e recebe a bola com uma embaixadinha, antes de devolvê-la “redonda, redonda”, facilitando o reinício da roda. Uma das meninas cabeceia a bola de volta , uma senha de que era bem vindo. Meio sem jeito, no início, chega a errar um toque.

Mas logo fica à vontade e começa é a “incendiar o grupo”. Cabeça, joelhos, ombros, lateral do pé, trivela, peito do pé, calcanhar, tudo é usado por ele de maneira criativa e diferente, inspirando e estimulando cada um dos outros. A bola agora raramente cai e a alegria era passá-la ao outro, da forma mais original, mas sempre facilitando a próxima jogada. Terminaram todos dando um mergulho no mar, ainda curtindo aquilo tudo. O visitante não quis aceitar o convite – bem acolhedor, por sinal - para tomar uma cerveja com o grupo, no trailer ali próximo. Alegou que tinha horário, se despediu de cada um com um aperto de mão, e foi caminhando pela areia na direção de Ipanema. Um dos rapazes foi sincero ao lhe dizer, no final:
- “Aparece aí, amigo, a gente tá sempre batendo um bola por aqui”.

Fiquei pensando que, outro fator se somara à cooperação e ao sentido de interdependência daquela linha de passe: o respeito à diversidade – de gênero, com as meninas - e de idade e classe social, no caso do convidado especial. Uma bela lição.

Obs: A ilustração deste Post é cena do premiado longa metragem "Linha de Passe" (2008) co-dirigido por Walter Salles e Daniela Thomas.

"Linha de Passe" é também nome de música de João Bosco, Aldir Blanc e Paulo Emílio. Clique aqui para assistir uma eletrizante performance dela, por João Bosco e Hamilton de Holanda.

domingo, 26 de junho de 2011

Da série "Você está cansado de saber, mas nem sempre se lembra": Listas do que fazer (“to do lists”)

Ninguém deixa de listar o que tem que fazer. Especialmente, num momento em que há cada vez mais coisas despertando nosso interesse ou nos pressionando.
Como uma espécie de “gremlims” (Lembra deles?) não param de se multiplicar, de maneira assustadora. A gente vai listando, anotando, escrevendo, digitando.
Bom, e daí? A primeira providência é relaxar. Você não vai nunca conseguir fazer todas as coisas que passam pela sua cabeça ou que parecem possíveis de serem feitas. Não adianta: vai ter de fazer escolhas, o tempo todo.
Alguns lembretes:
- É fundamental usar um “cartão vermelho”, como um bom “juiz”, para não deixar nem entrar na lista aquilo que parece “suspeito. Ou seja, o que não é urgente, não é importante, e que você sabe que é apenas levemente desejável, deve ser tratado com rigor. Quanto menos inflada a lista, melhor.
- Depois: não trate todos os itens da lista como se fossem iguais. Eles não são. Então, diariamente (sim, diariamente) analise sua Lista e extraia dela não mais do que 6 (seis) itens. Será seu Menu do Dia.
- O que é urgente vai, logo, logo, tocar sirene no seu ouvido. A grande questão é identificar, para entrar no Menu, aquilo que é importante, o que, de fato, tem relação com suas metas, seus sonhos. Garanta que alguns desses itens passem para o seu pequeno cardápio, levando em conta você com você mesmo, você e os outros e você e o ambiente que o cerca.
- Pode ser uma pequena folha de papel,um post it; pode ser uma função do seu smartphone ou de seu computador. Não importa O que é chave é deixar este Menu sempre à vista, ao longo do dia.


segunda-feira, 13 de junho de 2011

Trem das Onze em três tempos


Trem das Onze, composta por Adoniran Barbosa, está fazendo 50 anos e é um dos meus exemplos preferidos de músicas que falam do Tempo. Ou melhor, da falta dele. E nos dá também uma verdadeira lição sobre a arte de dizer "Não". Trago aqui três versões completamente diferentes:

Gal Costa e o grupo Demônios da Garoa, fazem uma leitura tradicional - e festiva- no raríssimo registro do programa Som Brasil, comemorando o aniversário de São Paulo em 1994. Clique aqui.

Maria Gadu traz uma roupagem moderna e intimista da canção. Clique aqui.

E a cantora Roane Ballmant nos brinda com uma surpreendente e gostosa versão em francês, numa levada à la jazz de New Orleans. Clique aqui.


domingo, 12 de junho de 2011

Namoro devagar

A tradução é péssima, cá entre nós. O substantivo “namoro” junto com o adjetivo “devagar” ficou parecendo algo insosso, chato, sem graça, provavelmente com os dias contados para acabar. A ideia não era essa. Era aproveitar o dia dos namorados para fazer um paralelo com o Movimento Slow (Devagar). Aquele que começou com o “slow food” na Itália e já inspira um monte de outras iniciativas bem interessantes em diversos países: as slow cities (as “cidades do bem viver”), slow health (saúde), slow work (trabalho), slow sex, slow schooling (educação).

Será que faria sentido falarmos de slow dating?

Pergunto isso porque o que ouço falar é que todo mundo anda com muita pressa, últimamente. Não por acaso, “ficar”, aparentemente é um verbo que veio pra ficar. Ficar na vida de quem é “onisciente” (com a ajuda do Google& friends) e onipresente (dentro das redes sociais) e não tem tempo a perder. Tudo bem. Mas, e o namoro? Sim, porque namorar, ao que tudo indica, ainda não caiu em desuso, não, mesmo em meio a este corre-corre que assola nossas vidas. Está aí pelas ruas da cidade, pelos bares e restaurantes, pelos cinemas, nas portas das escolas, nos parques, praças e praias. E o que é melhor. Olhando assim, de uma certa distância, parece que na hora do namoro ninguém está com pressa. Seja hoje, dia dos namorados, seja qualquer outro dia. A conclusão é simples: slow dating é redundância. O namoro... é slow!!

sábado, 11 de junho de 2011

Quero um vitalógio de presente

Não sou exatamente contra relógios. Não gosto é de ser escravo deles.

Quando precisamos estar em sincronismo com os outros é um ótimo aliado. Ajuda a chegar na reunião na hora marcada ou entrar no cinema antes do filme começar. No relacionamento de cada um consigo mesmo, também ajuda a nos situarmos melhor em que ponto estamos, em relação a algo que temos que fazer; ou em relação ao dia como um todo. A questão é que este situar é apenas quantitativo e com, freqüência, fonte de estresse e de angustia diante da perspectiva do “atrasar” ou da sensação de que “não vai dar”.

Não tem um equivalente ao relógio que sirva para aferir onde estou qualitativamente em relação a mim mesmo, ou como estou em relação às minhas relações (prazerosas e necessárias) com os outros e com o ambiente que me cerca. A palavra relógio é originária do grego "horológion", a composição "hora" + “lego”(dizer), literalmente, “o que diz as horas”. Acho que está mais do que na hora de se inventar um “vitalógio”, algo que nos guie pela vida de uma maneira mais orgânica, nos dizendo a cada instante onde estamos no caminho da felicidade. Já imaginaram?

domingo, 22 de maio de 2011

Globo Reporter e o Tempo Orgânico

Em menos de seis meses, nada menos do que quatro edições do Globo Reporter foram dedicadas a temas que são destaque no livro Tempo Orgânico. Em 6 de dezembro de 2010, a pauta foi o Movimento Slow (Devagar) e seu amplo desenvolvimento na Itália. Em 25 de março deste ano, o foco foi o universo dos produtos orgânicos e sua relação com qualidade de vida. No programa de 6 de maio o Uso do Tempo ocupou todos os blocos do programa, falando do stress, das urgências, dos ritmos , das pausas, da natureza e da necessidade de mudanças na nossa relação com o tempo para se viver melhor. Sexta-feira passada, no programa sobre o Butão, um dos destaques foi o índice de Felicidade Interna Bruta e sua importância para o desenvoimento sustentável do país. Todas as temáticas fazem parte do conteúdo do Tempo Orgânico, onde estas questões são tratadas com mais profundidade e trazendo muito mais riqueza de reflexões e propostas de solução para o leitor, na sua relação com o tempo.


domingo, 3 de abril de 2011

Tempo Orgânico - antecedentes


Duas questões motivaram a reflexão que levou ao conceito de Tempo Orgânico. Primeiro, a saturação do tempo. O que é isso? É o somatório de dois fatores: uma vida cada vez mais acelerada, corrida, no limite ,que leva a todos nós a uma só reclamação: NÃO TENHO TEMPO PRA MAIS NADA!!!. O outro fator que completa esta sensação de tempo saturado são os excessos. Excesso de informações nos cercando em toda parte, on line, off line e mobile; excesso de alternativas e de escolhas no nosso cotidiano de consumo; e excesso de contatos com um número crescente de pessoas com as quais precisamos - ou desejamos - interagir, seja no trabalho ou nas redes sociais.
Em paralelo a esta saturação do tempo que nos angustia no dia-a-dia, há a saturação do planeta. Esta é uma conscientização cada vez maior a que somos expostos, dos impactos que nosso modelo de crescimento, nossos estilos de vida e nossos comportamentos irresponsáveis estão gerando. E a triste constatação dos riscos a longo prazo que nossa civilização - e nossos filhos e netos - estão correndo. Será este o legado que queremos deixar?
A combinação dessas saturações é um terreno fértil para o estresse, para o desenvolvimento de doenças crônicas e para a sensação de infelicidade, por mais que a expectativa de vida esteja crescendo. Mais tempo de vida pra que, afinal? É preciso, portanto, uma nova abordagem para o uso de nosso tempo, que possa oferecer uma melhor resposta a isso tudo: o TEMPO ORGÂNICO.