Não sou exatamente contra relógios. Não gosto é de ser escravo deles.
Quando precisamos estar em sincronismo com os outros é um ótimo aliado. Ajuda a chegar na reunião na hora marcada ou entrar no cinema antes do filme começar. No relacionamento de cada um consigo mesmo, também ajuda a nos situarmos melhor em que ponto estamos, em relação a algo que temos que fazer; ou em relação ao dia como um todo. A questão é que este situar é apenas quantitativo e com, freqüência, fonte de estresse e de angustia diante da perspectiva do “atrasar” ou da sensação de que “não vai dar”.
Não tem um equivalente ao relógio que sirva para aferir onde estou qualitativamente em relação a mim mesmo, ou como estou em relação às minhas relações (prazerosas e necessárias) com os outros e com o ambiente que me cerca. A palavra relógio é originária do grego "horológion", a composição "hora" + “lego”(dizer), literalmente, “o que diz as horas”. Acho que está mais do que na hora de se inventar um “vitalógio”, algo que nos guie pela vida de uma maneira mais orgânica, nos dizendo a cada instante onde estamos no caminho da felicidade. Já imaginaram?
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