Domenico de Masi, em seu livro "O futuro do trabalho", comenta que, no final dos anos 90, entrevistou centenas de funcionários de empresas italianas. Apesar dos entrevistados começarem reclamando de cargas de trabalho estressantes e longas horas extras não remuneradas, acabavam reconhecendo, na grande maioria, que de cinco a seis horas bastariam para desempenhar todas as suas tarefas rotineiras. Ou seja, cerca de 1/3 de tempo era "jogado fora".
Segundo De Masi, este tempo desperdiçado "é puro teatro": fingimento de estar no trabalho trabalhando.
Vejo agora uma pesquisa da empresa Franklin Covey, realizada com mais de 350.000 trabalhadores em todo o mundo, onde se constata que eles gastam apenas 60% do sua atenção e energia no que consideravam coisas importantes e 40% em coisas que julgam irrelevantes e sem importância. 40!! Quase metade de um dia de trabalho.
Apesar de serem pesquisas com abordagens, públicos e metodologias diferentes, é perturbador constatarmos que o desperdício de tempo no trabalho continua do mesmo jeito, uma década e meia depois. Ou talvez esteja ainda pior.
É também paradoxal que toda a tecnologia que tem sido criada exatamente para sermos mais produtivos parece não estar trazendo os benefícios desejados. Pois talvez a própria tecnologia, se por um lado nos torna mais rápidos em um monte de atividades, já traga também consigo muitas oportunidades de distração e perda de foco naquilo que fazemos.
Por esta razão, é fundamental estarmos permanentemente conscientes do nosso propósito de vida e de nossos objetivos profissionais e pessoais. Só assim, manteremos o bom equilíbrio no uso do tempo, buscando estarmos sempre por inteiro no momento presente.
Fonte da ilustração: http://transmimentos.blogspot.com.br/2010/12/e-quando-chegar-hora.html
Fonte da ilustração: http://transmimentos.blogspot.com.br/2010/12/e-quando-chegar-hora.html