Semana passada, enquanto os tambores da Rio+20 já começavam a bater mais fortes, recebi de meu amigo Carlos Gentil Vieira o link de uma sugestiva matéria da revista Slate. Ela tratava do surgimento de que seria uma civilização humana-tecnológica. O título da matéria dá as boas vindas àquilo que os autores denominam de “Era Híbrida”( Welcome to the Hybrid Age). E o texto fala das novas maravilhas cada dia mais perto do consumo massivo.
- lentes de contato “pixeladas” para acesso a bancos de dados que geram uma “realidade aumentada”.
- dispositivos de realidade virtual que levam a extremos de perfeição o que hoje já está disponível nos vídeo games domésticos
- implantes de memória que criam sensações como se fossem reais
- produtos usando a tecnologia do touch screen (haptic), só que para sensações físicas bem mais intensas do que operar um iPad, gerando o que denominam de “Lovotics”, a intersecção do Amor (Love) (filosofia, psicologia biologia neurociência) e Robótica (inteligência artificial e engenharia)
- imagens em 3D quase como o standard por toda a parte
- avatares com dispositivos tipo Kinect com tecnologia foto-gramática, que cria replicas digitais animadas quase perfeitas de expressões faciais
- dispositivos tipo “LifeLogging,” (gravador portátil capaz de capturar praticamente tudo que fazemos e vemos) capazes de fazer um upload de todos estes dados para um cérebro portátil auxiliar ainda mais veloz que o cérebro humano).
E o artigo segue dando vários outros exemplos que justificam o tal “híbrido” humano- tecnológico.
Ao mesmo tempo, seres humanos de quase todas as geografias do mundo, reunidos no Rio esta semana, cheios das melhores intenções, têm enorme dificuldade para chegar a acordos sobre assuntos para os quais a urgência é reconhecida por todos eles. O que estamos constatando são impasses. Impasses sobre temas que ameaçam o futuro de todas as formas de vida deste Planeta – inclusive a nossa – e o presente de milhões de pessoas que não têm acesso a itens tão básicos como água potável, alimentação mínima, saneamento, saúde. Impasses cheios de desculpas e “boas razões”.
Fico aqui com meus botões - e touchscreens - pensando como e quando estes dois universos se encontrarão. Quando estes novos seres híbridos dedicarão tempo para usar seu arsenal tecnológico para “pensar” em soluções a curto prazo para tantos problemas e, muito especialmente , lançar mão de tantas informações para se porem de acordo sobre o que precisa ser feito sem outras desculpas e sem mais delongas?
Fonte:
http://www.slate.com/articles/technology/future_tense/2012/06/hybrid_reality_avatars_robotics_and_the_coming_human_technology_civilization_.html (By Ayesha Khanna and Parag Khanna)
Quadro de George Braque ilustra a postagem
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