Minha maior curiosidade era entender qual o segredo por trás de sua incrível capacidade de fazer - com aquele brilhantismo - tantas atividades diferentes e dar conta daquele verdadeiro exército de personagens.
É claro que, vindo de um gênio como ele, seu segredo era fácil de entender (apesar de muito difícil de praticar).
- "Muito simples", me explicou. "Faço uma coisa de cada vez. Quando estou pintando, pinto; quando estou escrevendo, escrevo; quando estou compondo, componho; quando roteirizo, roteirizo: quando estou fazendo um personagem, me ocupo exclusivamente dele".
Ou seja, Chico estava sempre presente , de maneira plena- na atividade a que se propunha a fazer a cada momento, 100% focado, sem nunca misturar as coisas. Não ficava mentalmente especulando sobre o que tinha que fazer depois, nem se assombrava com o que vinha do passado.
Bem humorado e irreverente, me presenteou com um par de pequenos - mas poderosíssimos - exemplos, misturando a voz de um personagem com a fala típica de outro.
"Sacou o perigo? arrematou, com um olhar parecido com o da foto aí em cima.
"Sacou o perigo? arrematou, com um olhar parecido com o da foto aí em cima.
Foi uma lição que nunca mais esqueci. Ao rememorar esta passagem, ontem, fiquei ainda mais triste com a notícia de sua partida. Só queria, então, dizer, mais uma vez:
Obrigado por tudo, Chico!!!!
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