quarta-feira, 20 de março de 2013

As oportunidades de tempo dos novos empreendedores


Está semana está sendo realizado, no Rio de Janeiro, o Congresso Global de Empreendedorismo, promovido pela Endeavor, organização que apoia empreendedores “de alto impacto”, mundo afora. Os números do evento impressionam. Mais de 1200 participantes, de 140 países estão presentes, atendendo a uma agenda diversificada e com lideranças expressivas contanto suas histórias e compartilhando sua experiências .

E muita gente de fora se mostra curiosa por entender o bom momento do empreendedorismo no Brasil, mesmo com as conhecidas barreiras burocráticas e fiscais que tem que enfrentar. Na verdade, o crescimento do setor tem sido fruto de um trabalho que integra a sociedade civil, os governos e a própria iniciativa privada. E têm tido bonitos "cases" para apresentar.

Dois depoimentos que me chamaram a atenção, ontem. Um de Octavio de Barros, Economista-Chefe do Bradesco, ao comentar as oportunidades que estão sendo geradas para novos empreendededores pela conjuntura atual. Segundo ele, com os salários em alta (e sem possibilidade de repassa-los) e com sérios gargalos na infraestrutura, a indústria é o setor da economia que tem tido sua competitividade mais afetada. Aí, a grande busca é por produtividade (fazer mais por unidade de tempo), para enfrentar produtos de outros países (aqui e lá). É claro que há a componente “tecnologia” a ser considerada – e muito. Mas Olavo destaca as oportunidades também nos processos que precisam ser continuamente revistos e numa nova perspectiva de se usar o tempo de indivíduos e de grupos, para que sejam obtidos os ganhos de eficácia de se tanto precisamos.

Os novos empreendedores tendem a ser mais rápidos nas suas decisões e por isso mesmo costumam também mais velozmente se ajustarem às mudanças dos ambientes onde atuam. Faz parte do seu DNA. Quem sabe têm algo a ensinar às grandes corporações industriais?

Outro depoimento interessante foi de Fabio Barbosa, CEO da Editora Abril. Sua lição aos jovens empreendedores foi sobre valores. De que não adianta a pressa de se se queimar etapas, se as decisões não estão fundamentadas em crenças pessoais coerentes e sólidas. Não adianta fazer coisas “discutíveis” sob o ponto de vista ético simplesmente “porque os outros fazem”. Lembrou ele , com propriedade, que cada decisão, tomada hoje, por um novo empreendedor, será julgada no futuro, certamente com o maior rigor que o futuro, desde agora, começa a nos sinalizar. É preciso, além de fazer mais por unidade de tempo, fazer melhor, por unidade de tempo.

Enfim, duas perspectivas de temporalidade que se complementam. Para os leitores deste blog, são visões que o conceito de Tempo Orgânico integra e valoriza. Certamente por isso eu tenha saído do evento, no início da noite, com uma gostosa sensação de leveza.

Clique aqui para mais detalhes sobre o Congresso

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