sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Será que meu neto é um X-Man?


A dúvida surgiu quando vi o Lucas pegando pela primeira vez num iPhone, meses atrás. Sem qualquer instrução (apenas observava o irmão mais velho, Daniel, jogando), em poucas instantes já estava dominando o que lhe interessava. Do alto dos seus dois anos incompletos, dedinho pra cá, dedinho prá lá, via e revia os desenhos animados arquivados no aparelho.

É claro que Lucas não é um menino prodígio. Tenho visto a mesma cena se repetindo, com muitas outras crianças conhecidas nossas, algumas até mais novas. Como se explica? Será que isto tem a ver com algum processo de mutação genética que está ocorrendo rapidamente?

Leio então uma entrevista com o neurocirurgião Paulo Niemeyer que explica: “O cérebro vai se adaptando aos estímulos que recebe, e às necessidades. Você vê pais reclamando que os filhos não saem da internet, mas eles têm de fazer isso porque o cérebro hoje vai funcionar nessa rapidez. Ele tem de entrar nesse clique, porque senão vai ficar para trás. Isso faz parte do mundo em que a gente vive e o cérebro vai correndo atrás, se adaptando”.

Ou seja, há mutações genéticas, sim e a isto se soma a incrível capacidade de nosso cérebro de se adaptar. Mas confesso que fico levemente preocupado, me perguntando até que ponto vai esta aceleração. Quais são os limites? Quais são os efeitos colaterais?

Por via das dúvidas, compro um pião de lata, daqueles coloridos que, ao girar, fazem um zumbido, para dar de presente aos meninos. Competição desigual, essa, com o sedutor mundo digital, mas não custa tentar um pequeno antídoto.  

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